sábado, 10 de outubro de 2009

Amado Amor (Ama&Amo)

Amanhece amolecido
Amada ama amora.
Amado amanha amoreira,
Amostrar amor amasiado.

Amanhã, amanhece amordaçado.
Amado ama amor amante,
Amante ama amado amarrado.

Amor amórfico,
Amor amalucado,
Amor amassado,
Amoroso amor amaciado.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cárcere

Veja-me calado
Em retrato falado
Preso em um quadro

Maltrate-me ajoelhado
Deixe-me açoitado
Contrato de criado

Esqueça-me ao teu lado
Em um vidro quebrado
Pedaço despedaçado

Largue-me desatinado
Perdido, desvairado
Vício de drogado

Ao altar.

A canção toca como um velho rádio de pilha
Não é apenas mais uma carta que aqui lhe escrevo
Saudosista que sou, não deixaria de ouvir a música de meus sonhos
E como em minhas noites de sono, meu desejo fica em relevo

Nesta mesma carta em que pinto o que sinto
Deixo claro que para minha infelicidade, é apenas um devaneio
É a primeira vez que lhe expresso tais sentimentalidades

O que sonho é apenas um jantar sobre a mesa
Apenas orquídeas enfeitadas para a realeza
Apenas perfumes pela casa
Apenas um clima de romance aceso por uma brasa

Se chama Letícia, dentre outros nomes de divindade
Ela passa pela porta como uma brisa num fim de tarde
Me beija em cumprimentos como o cetim que toca a pele
Chega tão suave que nem parece sonho

E o mesmo sonho termina onde a derradeira felicidade começaria
Ao som da clássica nona sinfonia de Bethoveen te faço o pedido
Em meio ao medo, respiro coragem e de joelhos lhe digo:
- Quer se casar comigo?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Platônico

Eu tinha um devaneio a lhe declarar.
Palavras, desejos, sonhos...
Mas hoje, me vendo em teus olhos, sinto que minhas vontades são irreais.
Você ali, comentando sobre suas paixões
E eu aqui, chorando declarações.

Explica o calor que sinto agora
O anseio de te ver chegando por aquela porta

Empolgado por uma breve ilusão
Tomei coragem para pedir a tua mão.
O anel de ouro que vi, não fazia parte de meus planos.
Te conheço desde criança e sei que o anel de prata é a unica lembrança.
Curioso, eu pensei, mas já não quero saber.
Sei que se eu perguntar, a respostar que vier, vai me doer.

Então me limito a apenas um sonhador
Uma criança, a procura de seu brinquedo.
Um adolescente, desejando o primeiro beijo.
Ou um adulto, que como eu, sem seu amor um dia morreu.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Lágrimas de um sorriso

Naquela tarde, enquanto mamãe tocava seu piano, papai deu início a minha história.
- Estais na hora de subir ao altar, meu filho. Já sabes lidar com os escravos e o café. Me presenteie agora com um neto para que nosso nome e brasão não morram.
Nesse momento, minha mãe parou com o piano e me fez feliz com tuas palavras.
- A filha dos Rosenberg é muito prendada e bela como uma pintura. Isso sem falar em sua descendência alemã e o sucesso que sua família obteve com a venda de sal.
Mesmo que eu não tenha revelado, mamãe sabia de minha paixão por aquele anjo de olhos azuis. E como sua indicação fora uma das melhores, papai tratou de fazer uma visita aos Rosenberg no dia seguinte, antes de o sol se pôr.
Em mil pensamentos, procurei a melhor forma para impressionar a dona dos meus sonhos. Terminei a ordenar que um dos escravos entregasse minha carta a ela, onde havia uma proposta de um encontro em segredo aos pés da cerejeira.
Tratei de levar um ramalhete de girassóis, dos quais minha mãe gostava tanto. O céu alaranjado e a grama baixa e dourada, faziam o cenário perfeito para um encontro.
Quando avistei aquela donzela de vestido azul como seus olhos, larguei um sorriso para disfarçar o medo de cometer algum erro.
- És muito mais bela vista de perto...
- Não é com um galanteio barato que irá me conquistar. Você é muito bonito e sempre fiquei na espreita ao te ver passar na cidade, porém minha mãe só aceita um casório após o término de meus estudos na Alemanha.
- Coincidência ou não, meu olhar lhe persegue a tempos.
- Nunca conheci um homem que não fosse escravo, ou de minha família.
- Pois eu já conheci muitas mulheres, mas é a primeira vez que vejo uma com um par de asas e uma auréola.
- E este galanteio não foi barato...
- Você deseja mesmo estudar na Alemanha?
- Vou obedecer minha mãe até o meu leito de morte. Gostaria que neste leito, houvesse sua companhia, mas não quero estragar a honra de minha família.
Tais palavras foram compreendidas em meus pensamentos, pois como ela, não gostaria de desobedecer ordens. Mas meu coração não compreendeu de tal maneira, Em qual momento eu demonstrei desrespeito ou vulgaridade?
Na esperança de um primeiro e último toque, ajeitei o teu cabelo e senti sua doce pele, logo após, senti também a dor por ver apenas suas costas e aquela dama de meus sonhos, sumindo ao horizonte.
E o que vai ser dos girassóis quando não pudermos mais tocar o calor da manhã?
Assim como a angústia de meu pai por um neto, minha amarga espera pela volta da donzela durou 10 longos anos. Tempo suficiente para uma bela mulher encontrar um bom marido.
Mas ela voltou. Acompanhada de suas malas e nada mais, tratei de pedir o quanto antes sua mão em casamento para os seus pais.
Compreendo hoje, que a felicidade me deu dez anos para chorar as lágrimas que nunca mais em minha vida eu derramaria.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Para sempre uma lenda

Ela é divina
Quando dança, encanta sorrisos
Em semelhança, lembra Afrodite
Ela é bailarina

Girando faz a roda e o ritmo
Aplausos acompanham a valsa
Sua dança é proibida, ela recebeu o aviso
Mas continua a enfrentar uma lei que impede o sorriso

"Eu danço para o vento me carregar
Eu danço para as águas me limpar
Eu danço sem o fogo me queimar
Eu danço na terra até me sujar"

Sua canção sobre os elementos era profunda
Mas, assim como sua dança, a melodia era proibida
Já fora acusada de bruxa, prostituta e condenada a morte

Mas ela ainda sorria
Há quem diga que ainda suportara a dor de um coração partido
Mas ela ainda sorria
Não para espantar o medo da forca ou fogueira
Mas parar mostrar ao mundo, como nasce uma lenda

Baila, bailarina.
Baila, eterna menina.

domingo, 23 de agosto de 2009

Breve

Fiquei a sonhar, em como seria te reencontrar...
Lhe visitaria com rosas e vinho em mãos.
Não que eu lhe deseje comprar com um preço de um tinto.
Não que eu lhe deseje comprar com a cor de uma flor.
Mas o vinho é apenas para embalar a noite,
E a rosa para lembrar o amor.

Devaneios

Oras, mas se eu lhe contasse sobre meus sonhos da madrugada,
Se eu lhe contasse que leio rosas e ignoro livros,
Que vejo no escuro céu da noite, a mais bela companheira da boemia...
Talvez a vida se tornaria muito mais interessante do que valsar com a morte.
Soprei o passado como uma folha de outono.
Abracei o futuro com a maciez de uma pétala.
Não que eu deseje voltar a ser criança. Mas jogar bola na rua de tarde talvez seja mais prazeroso do que se alimentar de papel verde e panos de passarelas.
Não que eu não queira um novo amor. Mas a sensação que antecedia o primeiro beijo, era muito melhor do que transar num banheiro sujo de uma boate.
Não que eu não tenha perdido as esperanças. Mas é que as vezes, uma lágrima carrega consigo, mais alegrias que um simples sorriso.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Beija e Flor.

Beija-flor,
Que beija e beija,
De flor em flor,
Sem encontrar um par.

Beija-flor,
Que beija e beija,
De flor em flor,
Quando irá aprender a amar?

E o beijo da flor?
De tantos beijos que beija,
Cansada de ser sozinha,
A flôr é a que mais deseja.

E o beijo da flor?
De tantos beijos que beija,
Destinada a solidão,
É um par que a flor mais deseja.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fogo.

Teus, meus, nossos lábios...
Num labirinto de prazeres,
O fogo nasce, queima e provoca.

Os dedos, correndo pela pele a procura do desejo,
A crescente fúria dos beijos, torna o anseio crucial.

Sob a luz da lua, fica claro o devaneio do casal.
As roupas ao chão, declaram a pressa do prazer,
Os som da satisfação não nega o anoitecer.

É mais uma noite, uma prova
De que no fogo da paixão, não dá pra se conter.

sábado, 18 de julho de 2009

Da valsa.

A vida eleita para valsar.
Dançar a poesia com os pés no ar.
A música de seda dos instrumentos,
O ritmo dançante dos elementos.

Entre passos e compassos,
Amassos devassos.
Os lábios que se desejavam,
As bocas que se beijavam.

E a noite que se tornou dia,
Por mais beijos se pedia.
E o dia que se tornou despedida,
Era o início de mais uma nova vida.
E a despedida, tornou-se apenas mais uma valsa a se valsar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Menina de porcelana.

Menina de porcelana.
Suave como seda.
Longe de ter traços de humana.

Menina de porcelana.
Tão frágil,
Tão dócil,
Tão delicada.

Menina de porcelana.
O cuidado ao te tocar,
A cautela em lhe beijar.

Menina de porcelana.
Vista-se com o branco vestido de tua mãe.
Suba ao altar, deite-se comigo em nossa cama.

Menina de porcelana.
Traços finos, rosto delicado.
Tão perfeita assim, que me deixa acorrentado.

sábado, 11 de julho de 2009

Cigana.

Por favor, cigana.
Leia a minha mão.
Aponte-me meu destino,
Jogue as cartas sobre a mesa.

Ando sem tempo,
Meio afobado.
Me surgiu essa inspiração,
E essas coisas não se podem deixar de lado.

Cigana.
Que estendeu tua tenda,
Me forneceu abrigo.
Longe das tristezas,
Atrás de teu umbigo.

Ah, cigana...
Quando a este mundo chegou,
Os anjos anunciaram em suas trombetas
Que uma deusa reencarnou.

Girando, bailando.
Dançando e encantando.
Me entregue o segredo,
Do teu eterno sorriso.

Cigana de muitas viagens.
Na tua próxima partida,
Ao subir em tua carroça
Prometo que de longe, minha saudade será ouvida.

sábado, 4 de julho de 2009

Carta para hoje.

faz algum tempo desde que teus braços me forneceram ternura pela última vez.
Meu corpo seco de vontades e amargo de sentimentos, aos poucos foi retomando o que alguns definem por "vida normal". Bares, shows, amigos, festas, beijos suor, sexo...
Hoje me deito com uma pessoa que conheci agora a pouco. Em meio a um sono e outro, ainda me lembro o quanto perfeito eram nossas noites de amor.
Claro, não há mais lágrimas quando penso no passado, pois o silêncio deu lugar a elas.
Enquanto lanço olhares curiosos para a pessoa ao meu lado, desfruto da sorte de ter companhia. Oras, mas que sujeito chato me tornei, do tipo velho que só comenta o quanto sua época era boa, quando mal sabe, que a melhor época é quando ainda temos um coração a doar.
É, hoje me dou ao luxo de conseguir tira-la brevemente de meus pensamentos. Mas nunca que irei romper o mais eterno dos sentimentos.

Ser assim...

Quero ser assim...
Como um beija-flor,
Que beija e beija
De flor em flor,
Até a chegada de um grande amor.

Quero ser assim...
Como um guerreiro
Que luta com bravura.
Que procura um coração,
Para enchê-lo de ternura.

Quero ser assim...
Como um louco
E aproveitar então,
Todos os momentos da vida
Deliciando-me pouco a pouco.

Quero ser assim...
Como um velho sábio
E quando olhar para trás,
Observarei um grande passado
De bons e antigos hábitos.

Quero ser assim...
Como um reinado,
Que prospera diante do destino,
E vive momentos de gloria,
E muitos momentos do seu passado.

Quero ser assim...
Como alguém que pacientemente
Espera o amor e a alegria.
Pois me nego a viver neste mundo,
Cheio de ódio e agonia.

Quero ser assim...
Como um aprendiz,
E não enxergar o fim.
Luto por tudo que desejo,
Pois ainda penso em ser feliz.

Quero ser assim...
Como alguém apaixonado
Para assim deixar de enxergar,
Todo o ódio e a tristeza
Que diariamente passa ao meu lado.

Quero ser assim...
Como alguém amado,
Alguém que acorda
Todos os dias da sua vida
Com o teu amor ao lado.

Quero ser assim
Para não permitir
Que a minha vida
Exista sem mim.

domingo, 28 de junho de 2009

Carta pra ontem.

Ardia em confortantes chamas aquele charuto que ganhei no dia de nosso tão sonhado matrimônio.
Eram cinzas de lembranças, das quais, o forte vento da sacada de nosso prédio se encarregava de arrastar. Memórias de um sublime romance hollywoodiano impossível de esquecer.
Tuas roupas, agora nas saudosas malas de tua família, contam em detalhes os lugares por onde passamos juntos a sonhar em nome do amor eterno.O vestido branco de baiana, as saias de pernambuco e os colares amazonenses iam desenrolando nosso passado em meus pensamentos.
O que dizer então, do casamento a beira-mar num fim de tarde alaranjado e a lua-de-mel em Fernando de Noronha? O que dizer então, e explicar em vão, a dor que sinto agora... O álcool já me consome, o charuto acabou, as lágrimas secaram.
Trêmulo ao encher mais uma vez o copo, desabo de joelhos ao chão. Sei que da morte não há retorno, mas faria de tudo para mais uma vez, tocar teu contorno.

Desejo-te

Desejo-te entre meus braços,
Entrelaçada pelos meus beijos.
Unidos pelos nossos laços,
De um amor sem receios.

Desejo-te para agora,
Aqui comigo.
Sem barreiras com o mundo afora,
E com meu amor lhe fornecerei abrigo.

Posso ate dizer que te amo
Mas seria esquisito,
Pois a cada dia mais em você eu gamo
Nesse nosso amor infinito.

Desejo-te muito mesmo,
E nem sei como te falar.
Mas você é tudo que almejo,
E você eu não canso de amar.

Não sei como explicar,
Nem mesmo num verbo traduzir.
A mais bela flor que você é,
Mas posso concluir.

Que te desejo tanto
Que isso já me consome.
Você é meu encanto,
E já tenho ate mesmo seu sobrenome.

Parar de pensar em você,
Isso não da para se fazer.
É como não perceber
Toda a beleza do amanhecer.

Desejo-te muito mesmo,
E não há como explicar.
Os versos são coesos,
Mas minhas palavras se perdem no ar.

Desejo-te tanto,
Que às vezes não sei o que falar.
Sinto tanto amor quanto,
No dia em que começamos a nos amar

Desejo-te ao meu lado,
Sei que às vezes isso não é possível.
Então, fecho os olhos e fico calado.
E nesse instante nosso amor é visível.

Eu te quero e te espero,
Pode ate ser agora mesmo.
Pois meu amor é sincero,
E você é tudo o que desejo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pátria amada Brasil.

Quero iniciar este blog com uma das canções mais esquecidas, porém, de todas, a mais linda.
Em um devaneio muito surreal, ainda vejo nossos políticos, juizes e eleitores, berrarem em tom de bravura e vontade:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo
És mãe gentil,Pátria amada,Brasil!